Ciúme – a parte seca do amor

18 09 2009

folha_seca 

 

 

O que move o ciúme? A carência?

 Seria o ciúme alimentado por uma carência de atenção? Ficamos com essa sensação de ‘medo de perder’ porque, por alguma razão, não estamos recebendo a atenção que costumamos receber – dessa ou daquela pessoa? Se isso faz sentido, então não é a carência que move o ciúme?

Esses dias estava conversando com uma menina aqui no trabalho que se diz ciumenta. Ela veio dizer que se sente enciumada quando percebe que não é o centro das atenções daquelas pessoas que considera mais. Aí, no meio do papo, um cara que senta próximo de nós se meteu na conversa dizendo que tem ciúmes da namorada dele quando ela começa a sair por aí fazendo programas que, aparentemente, são normais mais não o convida – tipo shopping, cinema, barzinho com as amigas.

Já eu sinto ciúmes quando o namorado faz coisas que não me conta. Qualquer coisa, seja ela importante ou não. Se ele esquece de me contar antes ou depois eu fico toda enciumada e triste. Talvez também seja um tipo de carência, sei lá. Se ele não me contou é porque não sente, necessariamente, vontade de partilhar as coisas comigo… ou algum outro pensamento inconsciente que siga essa linha.
O ciúme endurece o coração. Resseca. Faz os vasos racharem e permitem que o sangue transborde. A pele fica áspera. Espeta. O ciúme machuca, fere, entristece, angustia…

Para que serve isso afinal?





Segunda chance?

22 12 2008

Quão difícil é dar uma segunda chance quando alguém mente para nós?
A mentira por si só traz consigo algumas conseqüências. Acho que, antes de mais nada, a perda da confiança. Afinal, não deixa de ser uma traição à confiança de alguém. Mentir requer enganar e, sem que se perceba já estamos mentindo de novo, enganando de novo só para manter a mentira inicial. É como um caminho sem volta, caso não queiramos nos comprometer. Porque, voltar atrás significa assumir a mentira. Reconhecer que escolheu enganar, seja por qual motivo for.  Significa aceitar que já não merece mais a confiança do outro enganado. E aí tudo começa a ruir.

A mentira abala tudo.
O perdão restabelece tudo.
Mas, o quão difícil é dar uma segunda chance a alguém que acreditamos já não merecer mais nossa confiança?
Hoje eu li uma frase assim:

‘Amor próprio é o amor incondicional que temos por nós mesmos, com aceitação de nossas qualidades e defeitos. Mesmo quando erramos somos dignos de respeito e amor.’

Aí eu pensei o seguinte. Se vamos acreditar que mesmo quando erramos continuamos merecedores e dignos de respeito e amor… porque então isso não se aplica aos outros? Eles também não podem errar? Nunca?
A gente só aprende a andar depois de muito cair. Só aprendemos a andar de bicicleta depois de muito nos desequilibrar… O erro de ninguém mais além do nosso é aceitável?

Hoje, pela primeira vez, eu tenho a resposta.
Mesmo que seja violentamente difícil dar uma segunda chance para quem mentiu, enganou e traiu… não podemos nunca esquecer de que todos nós sempre seremos dignos de respeito e amor.

Não importa o que tenhamos feito.
Sempre mereceremos respeito e amor.





O que o amor precisa vencer

1 12 2008

Quantas coisas precisamos relevar, perdoar, entender, aceitar, subtrair, corrigir, reinterpretar, melhorar, dispensar, guardar, esquecer… para que o amor que vivemos seja considerado perfeito?

biscoito_amorEm outras palavras. Se precisamos mudar tanto, esquecemos, melhoramos, descolorimos, recolorimos… como ele pode ser considerado um amor que vale a pena? Tudo já não mudou, interagiu, reexistiu? Já não deixou de ser uma coisa e passou a ser outra? Tantas mudanças, adaptações…

Quando ela faz um monte de coisas que ele não gosta, e ele não tem lá a aparência necessária para deixá-la perdidamente encantada, quando um precisa mudar um tanto, quando o outro já mudou horrores. Quanto vale investir em alguém que, inicialmente, está tão longe do que lhe parece ideal. Porque insistimos em tornar perfeito o que, na sua perfeição, nos parece imperfeito?

Porque não conseguimos amar as pessoas como elas são e ponto? Porque precisamos encontrar defeitos e falhas que nos machucam? E, em alguns casos, obrigamos o outro a mudar e colocamos essa mudança como condição da existência ou não do relacionamento. Ou você muda, ou eu já não consigo mais ficar com você.

Colocamos o amor para travar batalhas grandiosas. Exigimos dele uma força descomunal. Relevar, perdoar, entender e afins transformam o amor em dor. E aí, quando menos esperamos, ao invés de estarmos completamente apaixonados estamos inundados de sofrimento porque o nosso amor não é exatamente o que deveria ser.

De qualquer forma, se você for perguntar, vai ver que o amor só quer amar.
Nós é que estragamos tudo.
Apenas ame.
E só.





A mentira e suas peripécias

28 11 2008

Taí uma coisa com a qual eu não consigo conviver. A mentira.
Acho que a mentira está diretamente relacionada com a covardia. Mentimos quando temos medo de enfrentar a verdade. E, às vezes, assumir a verdade pode ser algo tão crítico que mentir acaba parecendo a melhor opção.
Mas, aos meus olhos (e coração) pelo menos, nunca é! Nunca vai ser uma saída inteligente.

mentiraMENTIR – V. int.;
faltar à verdade;
enganar;
errar;
falhar

Nem exijo das pessoas coragem. Sei que em alguns momentos a mentira é bem conveniente e confortável. Mentir, às vezes, nos priva de muitas brigas e discussões cansativas. Sobretudo quando o tema principal é o amor.

Mas, mentir é também enganar. E, ser enganado magoa. E, quando agimos de modo a interferir na felicidade do outro, para garantirmos um bem que vem só para nós… nesse caso, estamos sendo egoístas. Além de covardes, egoístas.

Aí vem a necessidade do perdão. Então, alguém mente para nós. Nos engana, nos trai (em confiança), nos magoa. E nós, que fomos machucados, buscamos perdoar. Porque o perdão sempre reestrutura relações.
Só que, além da dor da mágoa ainda temos que enfrentar a dor da força que é preciso fazer para se perdoar o agente causador da infelicidade.

Tudo isso é tão pesado. Não seria melhor enfrentar a verdade?
Mentir…
Pra quê?!