Intimidade que não existe ou agressão gratuita?

17 10 2008

Particularmente acho impressionante como algumas pessoas conseguem se sentir tão bem dispostas logo pela manhã. Ficam falantes, animadas, puxando conversa. Minha mãe, por exemplo, adora falar no café da manhã. Eu e meu pai tentamos ouvir… quase nunca interagimos.

Em casa, até nem acho muito agressivo alguém chegar e forçar um papo logo cedo. Mas, quando isso acontece na rua… aí já começa a complicar.

Hoje vindo para o trabalho, entrei no ônibus e, quando fui pagar a passagem o aparelho do cartão não lia o meu Rio Card. Tentei, tentei e, mesmo sem dizer uma só palavra, o trocador se sentiu estimulado a brincar comigo. E, sozinho, feliz e saltitante, começou a fazer brincadeirinhas com a minha pessoa. Olho eu para um lado, olho para o outro e constato: “É. Parece que ele está mesmo falando comigo.” Em retorno lhe dei um sorriso amarelo, com uma cara misturada de sono e desagrado.

Há quem só acorde horas depois de ter levantado da cama. Há quem acorde até mesmo antes de levantar. Há quem vá acordando aos poucos ao longo do caminho para o trabalho (eu). E, sem exceção, há que já comece a trabalhar ainda no caminho do trabalho.

Mas, voltando. Depois do meu sorriso amarelo de bocejo. O trocador falou alguma coisa, que não lembro o que é, porque naquele horário o meu cérebro tem sérias dificuldades em registrar coisas, eu acabei agradecendo a boa vontade excessiva em me ajudar e, logo depois do meu ‘obrigada’, eu recebi um “De nada, Nem!”

(Pausa)

Nem? Oi?
Enfim, o que é isso? “Nem?” Intimidade forçada ou agressão gratuita?